sexta-feira, junho 19, 2009

Redação para fazer. Não apresentava muita simpatia pelo tema proposto. E a classe não colaborava. Precisaria de silêncio pleno para surtir alguma ponta de interesse.

29 de maio. Sexta feira. 4h30 da manhã. Telefone móvel posto para despertar. Fora dormir tarde. Estava relutando para levantar. Mala pronta. Repleta de expectativa. Frio na barriga tornou-se inerente. Estava, aparentemente, calma.

5h30 da “matina”. Notou o desfalecer das pernas ao chegar à estação rodoviária. Coração se manteve acelerado por alguns segundos e as mãos esfriaram. Forjava um autocontrole. Preferiu ir dormindo. Tentativa (frustrada) de se acalmar.

Expectativa e proximidade do local de desígnio eram diretamente proporcionais. Chegou por volta das 11h. O amigo lhe esperava, como combinado.

Pegou o convite pendente, almoçou.

Conheceu alguns lugares da capital. Inclusive uma livraria de Direito. Pelos arrepiados. Brilho nos olhos.

Foi a outro shopping para esperá-lo. 3h da tarde. Cogitava esperar, no máximo, até umas 4h. Deixou a livraria por último, com certeza, seria o lugar mais indicado para tranqüilizar-se. Achou um livro que lhe interessou, de fato: Carta a D.: Uma História de Amor – André Gorz. Leu partes do fim. Anotou um trechinho.

4h20. Esperar estava torturante. Decidiu sair da livraria, enquanto fazia uma ligação. Nem precisou. Teria dado uma boa cena de filme americano (estadunidense, se preferir). Talvez, pela ansiedade exorbitante, a única frase que conseguiu montar com nexo foi algo do tipo: “Demorou, hein?”. Ficaram abraçados por um tempo. Tempo relativamente longo. Podia sentir com clareza a pulsação dele de encontro com a sua. A reação repentina subiu aos olhos. Privou-se de encará-lo. Não daria tanta chance ao azar. Leu o trecho do livro que havia anotado.

A ansiedade tinha mudado de rumo: conhecer o apartamento. Lê-se: conhecer alguns membros, com importância relevante do objeto amado. Chegaram com o apartamento vazio. Foram chegando aos poucos. Irmã. Primas. Nenhuma antipatia aparente.

Era o dia da festa. “A” festa. Primeira festa de faculdade. Quatro faculdades. Inclusive a São Francisco.

Por Anita.