8h22 da manhã. Aula de Literatura. Segunda feira. Nova semana. Menos dias. Não teria aula a tarde. Já se punha a pensar no que fazer. Como se não lhe fosse óbvio.
Cultivava um sentimento recente de surpresa – com ela mesma. Relia algo que fazia com que se questionasse. Por mais que fosse relutante diante da idéia de admitir, era visível sua mudança. Qualquer um perceberia que ela havia o encontrado. Talvez não quisesse dar o braço a torcer. Sim, ela é muito orgulhosa. Não exibia como troféu, mas se mantinha ciente o tempo todo. Estava vulnerável desde o dia anterior. A partir de então, surtiu o ápice de tudo, intensificando com louvor situações corriqueiras. Talvez não tenha tido a repercussão que desejava. Embora não tenha o feito com intuito de troca.
Ainda que soubesse o quanto era clichê, ela não se reconhecia por alguns momentos. Não que tivesse saudade de alguém anterior a ela própria, mas (...). Eu não sabia o que se passava na mente dela. Quiçá ela soubesse ainda menos que eu.
O comportamento era distinto. Catatonia misturada com indelicadeza se contrapunha com vulnerabilidade. Mais ácida que o normal.
Decidiu parar. Pelo menos por hoje.
Por Anita.