Propunha intercâmbio – ironicamente – para os casais desamparados que buscam emoção em demasia. É, intercâmbio! Nesse ponto de vista eu concordava com ela (tá, ela precisava de alguém para concordar plenamente com as suas idéias absurdas, e nada melhor que eu!). Vai dizer que não daria uma boa prova de amor para casais indecisos? Dois semestres em recesso, aguardando ansiosamente pela volta do objeto amado. Depois disso, caso durem a toda tempestade, acredito com veemência, que o assunto de casamento deveria estar fortemente em pauta.
Havia estabelecido um acordo e lhe parecia jeitoso. Não só para ela, mas visava interesses mútuos. Ou assim lhe aparentava. Já que a necessidade carnal, para ela, era controlável, não via por qual motivo não aceitar. Tendo em vista que a proposta partiu diretamente dela, mesmo não sabendo exatamente como seria.
Esteve vazia por 17 anos. Gostou de alguns garotos. Mas nada que seja realmente comparável. Ela não tinha noção primorosa do tamanho, só sabia que não era pequeno e isso lhe bastava, a ponto de não acreditar numa mudança brusca em dois semestres. Tomava como base outra época que sentiu algo acentuado por alguém. Sustentou durante três anos um sentimento nem tão grande assim, porque não um ano com algo muito maior? Estava claramente disposta a tocar como as condições lhe propunham. Oferecia com satisfação todo o seu comprometimento diante do que procedia.
Embora tivesse muita coisa em mente, o excesso de tudo isso lhe congestionava e contrapunha exageradamente com qualquer coisa que parecesse viável.
10h42, antes do meio dia. Aula indicada para insônia. Preferiu terminar numa outra oportunidade, e assim o fez.
Por Anita.