Tendo como parâmetro a borboleta, sou o final da pupa – a fase que se desenvolve dentro do casulo – e o inicio da imago, que colore, que voa. Sou a que ri de piadas sem graças, a que ri 30min depois da mesma piada sem graça, a que chora com filmes, músicas, livros e uma tarde chuvosa. Sou a que admira um pôr-do-sol, um arco íris, a simetria de uma face, de um corpo. Sou a que perde o controle, a que tem ciúmes, a mais gentil, a mais “bonitinha”, assim diria a Talita. Sou a que abraça a mãe, a que beija o irmão, a que tem vontade de apertar, morder, tatear um rosto, dedilhar cabelos, brincar com brincos, correntes, amarras.
Sou a que pede carinho, que gosta de colo, cafuné. Sou o baú das minhas lembranças, das minhas mentiras sinceras, inseguranças, medos, medos, medos e tristezas. Sou o encanto, sou a arte, sou a música, a cor, o lenço num dia de vento. Sou a borboleta. Sua.
9 de dezembro de 2009, exatamente a 1h53.
Por Catarina