terça-feira, janeiro 26, 2010

E eu o observo, do único meio que me propõe. Lindo e leve antes de dormir. Dias e noites profanas. Histórias lânguidas. Não é mais um desejo vão e promíscuo, é indigência. E tudo se resume às poucas palavras rasas que sei pronunciar diante de minha percepção pagã.

São 3h04, madrugada do dia 25 de janeiro do novo ano que nasce: 2010. São todos os meus planos temperados com você, acrescidos a cada momento do meu livro. Os problemas pararam de girar em torno do que giravam. Agora, exatamente agora, somos nós. Nós. Nós e todos os nossos cúmplices. Tornou-se mais que um personagem ridículo a ser esquecido. Tornou-se o protagonista e antagonista das minhas idéias; o mais querido no meu sofá, ou esteado no meu tapete enquanto prende as minhas pernas entre as suas. Faça parte do meu oxigênio e tem de fazer parte da minha língua.

Faz-se de anjo com qualquer luz que o propicie. Engana, seduz, persuade. Enlouquece. Enloquece... com qualquer sorriso bem dado ou palavras bem articuladas, ou ainda, alguma voz um pouco mais “molinha”. Deliciosamente viciante. Feito um narcótico. Completamente ilícito. Enquanto eu, sem nenhuma proteção. Sem muro. Sem orgulho. Sem roupa. Estou feita de sorrisos. E recheada de clichê.

E mais uma vez, tudo se resume às poucas palavras rasas que sei pronunciar diante de minha percepção pagã. 3h22.

Por Catarina