Porém, no fim desse ano, 2005, comecei a andar com a Nane, que “namorava” o João Paulo. E como eu era a amiga solteira, ela queria - incontestavelmente - me arranjar um par. Até que numa festinha da escola, fui apresentada a um tal de Renan. Uma cara de bobo impagável, um andar desajeitado que me fazia rir. Apostei, e perdi, que não ficaria com o tal do “Rê”. No fim da festa, por livre e espontânea pressão, cedi aos encantos do garoto quieto que não trocava uma única palavra comigo. Talvez tenha sido a minha pior ficada, nunca quis sair tanto de um lugar como quis aquele dia. Ele, como um bom aprendiz de homem, pegou meu telefone. E por esse motivo de ser aprendiz, jamais achei que ligaria, que mandaria sinal ou qualquer coisa do gênero. Pra quê? O garoto disparou a me atazanar por SMS. Ficou dois ou três meses me mandando mensagens quase todos os dias. Eu, como aprendiz de orgulhosa e sacana que já era, não respondi a nenhuma. Fiquei até com um amigo dele pra ver se ele ficava com raiva de mim. Não deu muito certo. Prosseguiu com as mensagens até que foi num acampamento de formatura de sua 8ª série. Voltou de lá namorando e faceiro com uma menina de Pindamonhangaba que durou um mês – eu só sabia da existência dessa cidade, porque ouvia o Raul Gil mandando as crianças pronunciarem palavras difíceis, e dentre elas, estava essa cidade aí. A inveja e a falta de um, ainda que bobo, garoto no meu pé me causou um certo ciuminho, porém não era nada insuperável.
Nesse meio tempo, e já na minha oitava série, conheci o Gui, amigo da Nane também. Um magrelinho engraçado que me fazia rir sem parar. Completamente tímido com mulher. Fiquei de fevereiro ao fim de março com ele. A gente se via pouco.
Por um “nick” no MSN curioso, voltei a falar com o Renan. Ele estava participando de uma promoção: “leve essa bandeira”, algo assim. Quatro anos atrás. Era ano de Copa do Mundo. Falávamos-nos como nunca. Ele conseguiu a promoção e participou da Copa na Alemanha. Trouxe até um presente de lá, o qual eu demorei um ano e meio pra pegar. Eu gostava do Gui ainda e do Renan, eu tinha trauma. A gente ficava cada vez mais próximos. Ficamos algumas vezes. E não foi ruim. Pra fazer com que o Renan desgrudasse de mim, de novo, resolvi voltar com o Gui, ficamos mais uns três meses. O que desencadeou o namoro repentino do Renan, que eu descobri depois que era justamente pra me esquecer. Acho que ai eu descobri que gostava do ex-cara-de-bobo e ex-desajeitado. A gente continuava se vendo muito, pela quantidade de amigos em comum e por um amigo que sofreu acidente.
Não deu outra, ele largou da garota. Ficou comigo, voltou com a garota, largou de novo. Ficou comigo. E nesse decorrer tentamos firmar alguma coisa por algumas outras vezes. Mas o que duas crianças de 14 e 15 anos entenderiam de um relacionamento “sério”? Embora todas as desavenças, 2007 deve ter sido o melhor ano. Aprendi a gostar de moto e trilhas. Criei uma paixão pelo rancho indescritível. Aprendi a dirigir, gostar de destilado e um pouco de cerveja, ouvia mais sertanejo, jogar truco e fazer fogueira. Fiquei mais próxima da família, e eles me tratavam como filha, numa redoma.
Estive nesse ciclo até o último beijo que tivemos. Inicio de abril em 2009. Tive alguns outros “amores” nesse tempo todo. O Gui, aquele irmão do Wilian que morava em frente à casa da minha avó, o Tchub; a realização de um desejo que eu nutria desde às minhas aulas de inglês nos 13 e 14 anos, uma retomada no Johnny; o Grassi; o Cristiano Ronaldo das meninas; o João Otávio, o Rafa, o Jefferson – não necessariamente nessa ordem.
Teve também os que gostaram de mim, mas não acho pertinente citar. Não por ora.